terça-feira, 24 de agosto de 2010

Garganta.


Só imagino o que aconteceria se todos falassem tudo o que pensam. Quer dizer, nem consigo visualizar metade da cena. Será que iríamos respirar podridão, e sentir falta da até agora mal falada falsidade? Rir da desgraça alheia seria como o pão de cada dia? Espera, não ia mudar muita coisa. De que adianta bocas carnudas meladas de gloss, se quando abertas, o fedor da ignorância se faz presente? Tão ruim quanto, são as mentes chacoalhantes que não ousam dividir suas vozes. Realmente não sei interligar assuntos, mas tudo bem.
Ah, o silêncio.
Tão longe.
Que nem escuto seu som.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Mudando de assunto


Sonhos.
Que coisa mais esquisita, tanto os dormentes quanto os conscientes. Teoricamente sonhos são bons, bem, pra distrair talvez. Tirar a atenção dos insistentes problemas, sempre cortando ao meio nossos sorrisos. Engraçado como às vezes tenho a impressão de que ninguém, além de mim, tem problemas, egoísta não? Ao meu redor, só vejo abraços gelados, beijos melados e dinheiro voando. Como se os representantes da miséria estivessem de férias. Às vezes simplesmente ignoro o que parece distante. Sinto pena de mim, e eu mesma me consolo. Mais patético que isso? Somente as pontinhas de inveja que, às vezes, sinto de certas vidas plásticas. Defeitos, defeitos, defeitos. Sou cheia deles, os aqueço, os acolho. Não que não tente sempre melhorar, 'evoluir'. Mas a perfeição não existe, eles dizem. Eu acredito, e por isso me conformo. Não com tudo, mas com parte. Um pouco desajeitada, levemente exagerada... sem essas coisas, sobra o que? Plástico, plástico e plástico.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

um gole de melancolia


Por que tudo me puxa para baixo?
não fiz nada de tão ruim
então por que o espelho de dentro me pune
por um erro não cometido?

Para, volta, para, volta
esse ciclo dve ser mesmo infinito
chega de água escorrendo
chega de sorrisos gritantes

Para, volta, para, volta
só quero conseguir me esquibrar
chegar em algum lugar palpável

quero algo concreto
assinado e carimbado
preciso de algo concreto
para não continuar caíndo

terça-feira, 10 de agosto de 2010

$ X ♥


'Dinheiro não traz felicidade'.
Sério, não aguento mais ouvir essa frase. Por que diabos [expressão muito moderna] insistem em repetir isso toda hora? Certo, não é por que você tem $21654554485114567,99 na sua conta bancária, que anda com um sorriso grudado na cara, a não ser que tenha feito uma risonha aplicação de botóx. Mas muito menos significa que seja um depressivo de olhos trasbordantes e autista, que brinca sozinho com sua coleção de diamantes.
Talvez seja frustrante ter tudo, pois daí perdem-se os sonhos, que é a graça da coisa toda. O que não quer dizer que deixar suas aspirações serem platônicas eternamentes seja mais divertido. O problema é estar em um desses extremos? Ah, então a classe média simbliza o equilíbrio perfeito? Aaaaaacho que não. Um minuto, note como me expressei de um jeito em que: sonhos = objeto material. Meio contraditório, talvez por que o dinheiro destranca todas as portas, dando liberdade para se fazer o que quiser.
OBS: felicidade = ao mesmo tempo meio efêmera e meio fênix, e não contínua (como parece ser julgada).

O que te dá alegria? Se entupir de chocolate, trocar de carro, morrer de rir, fazer as unhas ou catar conchinhas?
Gosto é gosto.
E eu não cheguei a nenhuma conclusão.