terça-feira, 27 de julho de 2010

La Morte



A única certeza na vida é a morte. E mesmo assim, não nos acostumamos com ela. Eu acho que é por egoísmo, de que quando ela vem, leva a essência das pessoas, nos deixando sós com as recordações cobertas de poeira e lágrimas. Sem poder ganhar nada novo. Ou talvez seja uma tendência rebelde humana, de ignorar a morte (que mora perto), até ela parar pra tomar um chá com a gente. E mesmo assim, esperneamos, gritamos e rezamos como se fosse adiantar. O medo da própria morte está sempre aqui embutido, ou em alguns casos, o anseio. Se fossemos criados pra aceitar a morte, tratá-la com naturalidade, evitaria tanto drama. Mas talvez esse drama seja necessário, como espinhos pelo caminho, cortando, cicatrizando. A morte é uma coisa estranha, uma hora está outra não está. Pensar nela só me impulsiona a viver (e não sobreviver), embora às vezes, como que elasticamente, quero desistir.

Quero um silencio inodoro e insípido.
Quero uma risada quente.
Quero ir e voltar.
Quero tudo

domingo, 25 de julho de 2010

Bipolaridade invisível


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Triste, alegre
Raiva, calma
Muito, pouco
Doce, amargo
Incrível, sem graça
Revoltado, tradicional
Misture tudo, acrescente uma dose generosa de momentos inapropriados e uma pitada de ignorância. Resultado? aprox. a personalidade da humanidade.
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Tantas mudanças de humores realmente confunde, dependendo do dia, tenho a impressão de conhecer na mesma pessoa, mais umas 451018742693. Pode parecer que magicamente se multiplicam meus conhecidos, mas ao contrário, é como se não conhecesse ninguém, direito.Já é difícil entender a si mesmo, imagine os outros (sorte aos psicólogos/terapeutas). Será que é impossível mesmo conhecer alguém totalmente? Pessoas são surpreendentes, o que é interessante, mesmo me deixando frustrada.A raça humana é realmente fascinante, por isso não consigo entender as pessoas que abominam sua própria raça, nos acham sujos, prepotentes e sem valores (não que não o sejamos), mas não somos tão ruins assim, horas. Não consigo pensar em argumentos pra defender essa minha tese, mas tudo bem. Se se odeiam, que se matem, simplesmente. Certo, isso ficou meio agressivo, mas não levem a mal.

Tenho que parar de analisar as pessoas.
Ou não.
Cada um com suas manias, oi?

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Rasgar raízes


Acho engraçado como as pessoas são preguiçosas. Querem que as coisas mudem sozinhas, sem mecher um dedo pra mudar a si mesmos (um pouco pelo menos).É tão mais simples continuar enraizados a realidade de sempre, os mesmos preconceitos, desejos, medos. Mas assim se cresce na direção errada, pra baixo. Olhar pra frente? têm medo, medo de ver que há vida além das próprias paredes, que prendem. Estabilidade é algo chato, muito simples. Mudar que é melhor, cansa, mas traz recompensas, quem não fica feliz de ver que consegue se adaptar nas mais diferentes situações? Deveriamos todos ser camaleões, provando o sabor de todas as cores, ao invés do gosto habitual, cinza, fosco e mastigado.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

casca/recheio



Acho uma hipocrisia absurda quem diz que aparência não importa.Claro que é um fato difícil de aceitar, mas não deixa de ser fato de que o que importa, a primeira vista ao menos, é a beleza. Por que quando não se conhece uma pessoa, não dá pra julgá-la pela personalidade né? (simulação: nossa, olha aquele cara! Sinto que é impulsivo e inseguro, embora muito carinhoso, mas com certeza adora massas!) Então o que sobra? A superfície! Depois que se conhece, daí sim, provamos o recheio alheio (alguns doces, outros azedos, mas não isso não convém agora). Uma pessoa não é o que ela pensa, faz ou aparenta, mas a união desses. Por sinal, não somos desenvolvidos a ponto de esquecer o lado exterior, por que ainda somos animais levados, em parte, por nossos extintos. Claro que a beleza é um padrão estético, mas também um padrão biológico. Por exemplo, por que os homens são tão tarados por peitos e bundas? Por que estes mostram que a mulher é cheia de hormônios sexuais, e, portanto, uma tentadora opção de parceira para perpetuar a espécie. Credo, assim parecemos macacos não? Tá, chega disso, estou me sentindo aspirante a cientista.

Mas que beleza abre portas, abre, enquanto feiúra...

Máscaras falantes


Olhe no espelho. A visão alheia corresponde ao seu reflexo? Acho que não. Por que cobrimos a nós mesmos com panos brilhantes, ou farrapos? Por que o medo de nos verem crus? Ah, pra que mostrar nosso lado podre, enquanto podemos viver maquiados pela mentira? Máscaras são bonitas.Máscaras são mais interessantes.Máscaras são de plástico.Tantas cores se confundem no limite entre real e ficção, a tal ponto que somos tatuados por nós mesmos, sem querer. Pra alguns escolhidos, nos mostramos nus, sensíveis, sem casulo nenhum onde se esconder.As vezes o resultado: dor. Mas o medo de se ferir, não passa de uma desculpa covarde pra se esconder. Cavernas queimem, máscaras caiam, verdade suje...e lave.